Cepel presta apoio técnico estratégico à Eletronuclear no religamento da Usina Nuclear de Angra 2

A atividade de manutenção emergencial realizada com apoio do Centro contribuiu para evitar um lucro cessante de centenas de milhões de reais

Com o desligamento intempestivo do gerador elétrico da Usina Nuclear Angra 2, em novembro passado, o Cepel foi chamado emergencialmente para apoiar a Eletronuclear, seguindo todas as normas de segurança e confiabilidade em vigor. Com capacidade nominal de 1.350 MW, e o maior gerador em operação no Brasil, a Usina Nuclear Angra 2 é capaz de abastecer uma cidade de dois milhões de habitantes, e, no atual cenário de escassez hídrica, esta produção torna-se primordial para segurança energética do país. Além disso, estima-se que cada dia parado desta unidade represente cerca de uma dezena de milhões de reais de prejuízo para a Eletronuclear. A atividade de manutenção emergencial realizada com apoio do Cepel contribuiu para evitar um lucro cessante de centenas de milhões de reais. 

“A Usina Angra 2, conectada ao Sistema Interligado Nacional – SIN, tem como marca sua grande capacidade de produção aliada à confiabilidade, mantendo o abastecimento de milhões de lares, mesmo em um cenário adverso, como o da crise hídrica atual. O último desligamento não programado de Angra 2 havia ocorrido em 19 de janeiro de 2019 e, desde então, a usina produziu energia elétrica continuamente, ocorrendo apenas manutenções planejadas. Este histórico operacional coloca Angra 2 entre as usinas mais eficientes do mundo, sendo resultado de muitos esforços e investimentos realizados pela Eletronuclear”, ressalta Leonardo Teixeira Marcos, chefe do Departamento de Gestão de Manutenção e Confiabilidade da empresa. 

Leonardo explica que, quando ocorreu o desligamento automático do gerador elétrico principal em novembro último, as equipes de manutenção, operação e engenharia se reuniram para traçar um plano de pesquisa de falha, imediatamente colocado em prática. “Pelo tamanho da máquina e aspectos construtivos envolvidos, cada intervenção precisa ser muito bem estudada para não colocar em risco nenhum colaborador, nem provocar uma interrupção de geração por tempo maior que o necessário. Assim, dentro dos procedimentos definidos, foi localizada a falha e teve início a elaboração do plano de reparo e testes pós-manutenção aplicáveis.  Nesse momento, a Eletronuclear buscou o apoio do Cepel, que, além de toda a capacidade técnica de seu quadro funcional, possui vasto conhecimento da máquina, resultado de diversas ações de suporte e serviços prestados ao longo das últimas décadas. Simultaneamente, foi buscado apoio do fabricante para a mesma avaliação.” 

A equipe do Cepel deslocou-se prontamente para as instalações da central nuclear, para que fosse possível realizar os testes de aceitação da unidade geradora por meio do sistema IMA, desenvolvido pelo Centro, e assim liberá-la para retorno à para operação. Segundo o pesquisador Hélio Amorim, o fato de o Cepel realizar há anos avaliação preditiva nas usinas nucleares de Angra em suas paradas programadas foi decisivo para que o trabalho fosse executado de forma ágil.  

O pesquisador comenta que o procedimento realizado foi similar ao processo de troca de pneus de um carro da fórmula 1, conhecido como pit-stop. “Neste procedimento, todos os envolvidos têm que estar devidamente sincronizados e muito bem treinados, de forma que o tempo de substituição seja o menor possível. No nosso caso, em especial, todo o procedimento foi programado e realizado durante um feriado prolongado, quando a logística é sempre mais complicada.” 

De acordo com Hélio, foram realizados testes de descargas parciais e fator de perdas, provendo segurança e confiabilidade para que a Eletronuclear retomasse a operação comercial de Angra 2. “É consenso que essa atividade foi uma das mais desafiadoras que a equipe, em mais de 15 anos de atuação no campo, realizou. Ficamos duplamente felizes. Primeiro, por fazermos parte da engrenagem que move o sistema elétrico brasileiro, sendo convocados nos momentos mais delicados, o que indica nossa importância para o sistema. E, também, por conseguirmos, em um curto espaço de tempo, atender a esta importante demanda nos mais altos níveis de excelência”, ressalta Hélio, que é gerente do projeto IMA, voltado ao monitoramento de descargas parciais. 

Leonardo afirma que a decisão pela forma de reparo, adequada aos aspectos de segurança, técnico e econômico, foi um ponto de decisão crítico para a Eletronuclear. Foram sete dias de reparo, enquanto o fabricante, em suas avaliações preliminares, havia estimado uma intervenção de até 35 dias. “Os sete dias vividos entre o desligamento automático e o retorno à operação demonstraram que a interação da Eletronuclear com o Cepel, reforçada nos últimos anos, foi primordial para um suporte qualificado, rápido e que realmente entenda a importância estratégica da geração termonuclear para o país”, ressalta.  

Participaram da atividade em Angra 2 pelo Cepel, além de Hélio Amorim, Thiago Baptista, Paulo Roberto de Oliveira e Jorge Luiz de Oliveira. Pela Eletronuclear, participaram André Valdiero, Sérgio Bentes e Flávio Cabral. 

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