Pesquisadora do Cepel participa de workshop sobre integração de redes de energias renováveis na Dinamarca

Encerrando 2023, o Cepel marcou presença internacional representado por Vanessa Guedes, pesquisadora do Departamento de Transição Energética e Sustentabilidade, que viajou para Copenhagen – Dinamarca, para participar do 22° Workshop de Integração Eólica e Solar. O Congresso promoveu discussões sobre a integração de redes de energia renovável em larga escala no setor elétrico. 

Uma rede renovável utiliza de fontes naturais, como raios solares, vento e água, para produzir tipos de energia que não prejudicam o meio ambiente, como a solar, eólica, geotérmica e biomassa. Integrá-las no Setor Elétrico brasileiro torna a energia do país cada vez mais limpa, protegendo o meio ambiente de compostos como o dióxido de carbono, um dos principais ocasionadores do efeito estufa.  

A empresa alemã GIZ (Gesellschaft fur Internationale Zusammenarbeit), que atua há 60 anos com projetos de energias renováveis e eficiência energética no Brasil, organizou uma comitiva brasileira que levou Guedes e mais 11 pesquisadores da Epe, ONS, Aneel e da própria GIZ para o país europeu. Antes de participarem do congresso, o grupo assistiu um curso de especialistas em integração de rede de energias renováveis, que compartilharam os seus principais aprendizados sobre a tendência. 

Organizado pela Energynautics, consultoria alemã especialista em soluções de desenvolvimento e integração das redes renováveis no setor de energia, o Workshop promoveu troca de conhecimentos e experiência sobre as soluções técnicas de formação e medição de rede, previsibilidade de geração, armazenamento de energia, usinas híbridas, descarbonização, entre outros temas com foco em tornar o setor mais sustentável.  

Vanessa Guedes explica que estar presente no congresso fez com que o Cepel pudesse estar atualizado em relação às evoluções das pesquisas internacionais de integração de energias renováveis às redes elétricas. “A capacidade de geração de energia elétrica do Brasil é quase única. Muito além de compartilhar o que temos de melhor no setor, é importantíssimo conhecermos as estratégias de desenvolvimento de operação dos outros países, para que possamos aprimorar o nosso sistema e evitar falhas no planejamento de expansão.” 

Para além do Workshop, Guedes e os outros pesquisadores da comitiva brasileira visitaram o parque eólico offshore da Agência de Energia da Dinamarca (DEA) e a DTU Wind, maior instituição de pesquisa eólica do país. Primeira nação a instalar um parque eólico offshore, em 1981. Quase 40 anos depois, a Dinamarca anunciou a construção de uma ilha de geração de energia sustentável equivalente ao tamanho de 18 campos de futebol, salto importante para a preservação do planeta.  

Para Vanessa Guedes, conhecer as atividades de um país pioneiro em geração de energia eólica foi a realização de um sonho. “O convite da Giz trouxe oportunidades incríveis. Participar do workshop, fazer novos contatos, conhecer a DTU e sua estrutura de pesquisam, um parque eólico offshore, e, principalmente, a Dinamarca, um país comprometido com a transição energética e bem-sucedido no amplo uso de energias renováveis em sua matriz.”  

Dinamarqueses conhecem o Cepel 

Durante a visita às instalações da DTU Wind, Vanessa Guedes pesquisadora do Departamento de Transição Energética e Sustentabilidade, pôde apresentar as atividades da equipe de energia eólica do Cepel para três pesquisadores da instituição. Um dos principais tópicos abordados foram os estudos do Centro em cálculo de P90 (produção energética com 90% de probabilidade de ser atingida num parque de geração eólica). O valor é exigido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para participação em leilões de energia.  

Um dos projetos do Cepel no âmbito, o “Cálculo automatizado das incertezas da produção energética P90 de parques eólicos”, conquistou o segundo lugar na categoria de Transição Energética do Prêmio de Inovação das Empresas Eletrobras, em junho de 2023. Uma das bases desse estudo é o Guia de Boas Práticas de cálculo de P90 desenvolvido pelo Cepel, que tem como objetivo padronizar as incertezas envolvidas na atividade. A equipe de pesquisadores do projeto foi composta por Vanessa Guedes, Ricardo Dutra, Sergio de Melo, Angelo Mustto e Vitor Pinto.   

Já no final de novembro, sete engenheiros da Agência de Energia da Dinamarca (DEA), que conheceram a comitiva brasileira na viagem, visitaram o Cepel para entender mais sobre suas movimentações e avaliar futuras parcerias. Na reunião, eles puderam conhecer as atividades da equipe de eólica do Cepel, que, além dos projetos para cálculo de P90, também promove treinamentos e disponibiliza produtos que otimizam a matriz energética do país. 

“A cooperação Brasil-Dinamarca, entre o Cepel e a DEA, proporciona um mútuo crescimento tecnológico e, principalmente, um planejamento energético cada vez mais eficiente para ambos os países. A delegação dinamarquesa se impressionou com a qualidade e complexidade dos modelos desenvolvidos no Centro”, explica Ricardo Dutra, pesquisador do DTS que participou da reunião. 

A Agência de Energia da Dinamarca tem se aproximado do Setor Elétrico Brasileiro. No ano passado, uma delegação visitou Brasília, Paraná e Rio de Janeiro, com objetivo de conhecer os sistemas de operação do Brasil. A comitiva se reuniu com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As visitas fizeram parte do acordo assinado entre os dois países para estimular a cooperação na transição energética e no desenvolvimento de energia eólica offshore e outras

renováveis. 

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