Entre 16 e 18 de outubro, a quarta edição do Seminário de Corrosão para o Setor Elétrico – SCSE 2023 reuniu mais de 70 profissionais e especialistas na sede do Cepel, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, para debater temas e tecnologias relacionadas com proteção anticorrosiva. Promovido pelo Cepel, o evento contou com 27 trabalhos, palestras e feira técnica, apresentando as mais modernas soluções aplicáveis em processos de manutenção e em eficiência na utilização dos ativos das empresas. Além disso, agregou representantes de 26 instituições, desde empresas que atuam na cadeia de energia elétrica, como as empresas do grupo Eletrobras, até fornecedores de produtos, como Covestro e Pensacola Service.
A diretora-geral do Cepel, Fabiana Teixeira, abriu o evento ao lado do diretor de Laboratórios e Serviços Tecnológicos, Orsino Borges, e do chefe do Departamento de Materiais e Mecatrônica, Alberto Ordine. “Ter seminários como esse é fundamental para trocarmos experiências, compartilharmos problemas e soluções, principalmente com usuários e fornecedores. Um grande benefício deste seminário também é contar com centros de pesquisas para apresentar novas tecnologias e desenvolver novos projetos e novas linhas de pesquisa”, ressaltou a nova executiva do Centro.
A importância de estudos na área química e, especificamente, em corrosão para o setor de energia elétrica visando a segurança de profissionais e estruturas envolvidos na operação das empresas foi um grande destaque para o diretor Orsino Borges. “Há vários campos na área de corrosão que nos trazem benefícios. Esse será, por exemplo, um dos temas tratados dentro do Safety Innovation Lab, recém-criado pela Eletrobras”.
Ao longo dos três dias de evento, os trabalhos apresentados abordaram temas como problemas de corrosão no setor, aplicação de materiais metálicos, serviços de manutenção, projetos de estruturas, tecnologias de preparação de superfície e de revestimentos, além de normas técnicas.
“A seleção dos trabalhos prezou também pela diversidade. Tivemos estudos de caso tanto da área de transmissão como de geração. E alguns de natureza bastante específica, como os da Eletronuclear, com dois trabalhos que trouxeram algo bastante desafiador para os fabricantes. Estes, por sua vez, apresentaram tecnologias recentes em proteção anticorrosiva”, ressaltou Alberto Ordine, gestor, pesquisador do Cepel e um dos idealizadores do evento. “Muitos problemas de corrosão já sabemos como resolver, apresentamos as soluções que temos, projetos que já realizamos, e o que está contemplado no Normativo Eletrobras. Foi possível compartilhar esse conhecimento, além de conhecer alguns problemas de corrosão desafiadores das empresas do setor elétrico, que ainda carecem de novas soluções”, concluiu.
Trabalhos premiados
A inovação foi o principal critério utilizado pela Comissão Técnica para eleger os três trabalhos que receberam reconhecimento especial ao fim do evento. Foram premiados trabalhos de profissionais das empresas TAESA, Eletrobras Furnas e Itaipu Binacional, que apresentaram soluções criativas para desafios recorrentes nas suas atividades.
Foram escolhidos os trabalhos “A Utilização da Engenharia de Confiabilidade como Suporte a Gestão de Ativos através da Análise de Degradação em Linhas de Transmissão e Desenvolvimento de Simulador para Gestão de Manutenção”, de autoria de Willy Wendorff Fritz Jacques, apresentado por Allan Sousa e Silva, ambos da TAESA; “Inspeção em Cadeias de Isoladores de Vidro em Linhas de Transmissão de 345 kV Utilizando Inteligência Artificial” de Ricardo dos Santos Schneider Siqueira, da Eletrobras Furnas; e “Avaliação Comparativa de Metodologias para Tratamentos de Corrosão em Cabos Para-raios”, de Marcelo Luiz da Silva, da Itaipu Binacional.
A Comissão Técnica do SCSE 2023 contou com representantes de Eletrobras, Cepel, Chesf, Eletronorte, Furnas, Eletronuclear e CGT Eletrosul. Os premiados foram escolhidos por parte da Comissão presente no evento: Ezequiel Garcez Amorim, da Eletrobras Chesf e os pesquisadores do Cepel Alberto Ordine, Cristina Amorim e Elber Vidigal Bendinelli.
Normativo Eletrobras
As Normas Eletrobras de Pintura Anticorrosiva reúnem o conhecimento de anos de pesquisas do Cepel e de experiência das empresas do grupo Eletrobras no assunto. As normas foram desenvolvidas pelo Cepel para padronizar e otimizar os procedimentos de proteção anticorrosiva das empresas do grupo. Disponíveis no site da Eletrobras, são utilizadas por empresas do setor para aprimorar a proteção e a manutenção de seus ativos no que diz respeito à corrosão.