Furnas e Cepel assinaram contrato, no último dia 09 de março, para dar início a um projeto P&D Aneel que visa avaliar a utilização de torres metálicas de transmissão tubulares ou treliçadas com mísulas isolantes (ou isoladas) em linhas de transmissão de energia elétrica. O projeto é motivado pelo crescente uso desta tecnologia no exterior, com resultados positivos no aumento da confiabilidade da linha e na redução de custos de implantação.
A mísula, em geral, é um elemento metálico da torre, sustentando uma cadeia de isoladores. No entanto, quando a mísula é o próprio isolante, faz-se desnecessário o uso das cadeias de isoladores, possibilitando torres mais compactas, e, consequentemente, diminuindo os custos com material e amenizando o impacto visual das estruturas.
“Nossa expectativa com o projeto de P&D sobre as mísulas isoladas a ser realizado em conjunto com essa grandiosa instituição que é o Cepel é muito grande. O projeto tem o potencial de reduzir expressivamente os custos totais de implantação de novas linhas de transmissão, o que irá aumentar a competitividade de Furnas para aquisição de novas linhas em leilões da Aneel, entre outros ganhos. Isso também se refletirá na modicidade das tarifas de energia, pois permitirá que o sistema de transmissão possua custos inferiores no futuro”, ressalta Roberto Paulo da Silva Pinto Junior, do Departamento de Projetos de Linhas de Transmissão e Estudos de Sistemas de Furnas.
“O impacto econômico, de fato, é um dos pontos a serem avaliados no projeto. Alguns artigos citam reduções de 22% na altura das torres, o que influencia diretamente no custo da linha. Outra possibilidade de utilização da mísula isolante é na recapacitação de linhas, onde se pode utilizar a mesma torre para um nível de tensão superior, aproveitando, assim, a faixa de passagem existente com um aumento considerável da potência transmitida, sem a necessidade de novos leilões de linhas”, explica o pesquisador Carlos Kleber.
Com duração de três anos, o projeto P&D prevê a construção de um protótipo de torre que será ensaiado na Unidade Adrianópolis do Cepel. “É um projeto bem complexo, pois envolve estudos teóricos, desenvolvimento do protótipo com participação de fornecedores e ensaios de laboratório para avaliação do desenvolvimento. Estamos motivados em participar desta pesquisa pois o Cepel tem sido parceiro das empresas Eletrobras em diversos projetos inovadores no setor elétrico brasileiro, confirmando a excelência conquistada ao longo do tempo e fortalecendo as boas relações entre as empresas envolvidas”, finaliza o pesquisador Ricardo Wesley.